Presidente do INSS é demitido após PF descobrir desconto indevido, desde 2019, de R$ 6,3 bi de aposentados e pensionistas
A investigação começou na CGU, quando os auditores perceberam um salto nos valores dos descontos feitos por associações em benefícios do INSS. Presidente ...

A investigação começou na CGU, quando os auditores perceberam um salto nos valores dos descontos feitos por associações em benefícios do INSS. Presidente do INSS é demitido depois de operação da PF Uma fraude que retirou indevidamente R$ 6 bilhões de aposentados e de pensionistas desde 2019 provocou nesta quarta-feira (23) a demissão do presidente do INSS. Policiais federais e auditores da CGU foram às ruas para cumprir mais de 200 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em 13 estados e no Distrito Federal, incluindo a sede do INSS. A investigação apreendeu carros e motos de luxo, relógios, arma, maços de dinheiro, joias e obras de arte. De acordo com as investigações, entidades que representavam aposentados e pensionistas do INSS descontavam, de forma indevida, uma parte do pagamento sem autorização dos beneficiários, usando, por exemplo, assinaturas falsas. “Pessoas que estão em uma fase já adiantada da vida e foram vítimas, digamos assim, fáceis desses criminosos que se apropriaram das pensões e aposentadorias”, diz Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública. A investigação começou na CGU, quando os auditores perceberam um salto nos valores dos descontos feitos por associações em benefícios do INSS. Em 2016, eram R$ 413 milhões. Em 2024, foram mais de R$ 2,8 bilhões. Aposentados confirmaram aos auditores que não autorizaram os descontos. Presidente do INSS é demitido após PF descobrir desconto indevido, desde 2019, de R$ 6,3 bi de aposentados e pensionistas Jornal Nacional/ Reprodução Uma das entidades investigadas é o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, Sindnapi, cujo diretor vice-presidente é José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula. O sindicato disse que apoia as investigações que devem ser feitas de forma rigorosa. A pedido da PF, a Justiça afastou o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que estava no cargo desde 2023, e outros cinco servidores da cúpula do instituto. Segundo investigadores, eles são suspeitos de omissão por não terem agido para impedir a fraude. A defesa de Stefanutto não se manifestou. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, disse que iria esperar o processo. "A indicação do doutor Stefanutto é da minha inteira responsabilidade. Um servidor que até o presente momento tem dado todas as demonstrações de ser exemplar", diz Carlos Lupi, ministro da Previdência Social. Apesar da defesa do ministro, no começo da noite desta quarta-feira (23), Stefanutto foi demitido. O governo suspendeu os acordos com 29 associações. LEIA TAMBÉM Entenda o esquema de fraudes no INSS que resultou no afastamento do presidente do órgão Fraude no INSS: entidades sem estrutura falsificavam assinaturas para 'associar' aposentados e descontar mensalidades Andréia Sadi: 'Havia motivos para investigar antes de 2023', diz ministro da CGU sobre investigação de fraude de R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões